segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Nuvem de fumo ocupa a Centésima Página

Nuvem de fumo ocupa a Centésima Página


A Centésima Página recebeu ontem, dia 13 de Novembro, pelas 18h00, a apresentação do recente livro de J. J. Silva Garcia, “Nuvem de fumo”.


Apresentação do livro "Nuvem de Fumo", de Silva Garcia. Foto: Sara Vieira.

“Nuvem de Fumo” foi lançado, sensivelmente, há um mês, mas para a representante da Editora O cão que lê nunca é demais dar a conhecer um livro que, segundo o autor, é um “estímulo à cidadania”.

Segundo Silva Garcia, autor da obra, existem duas posições que podemos tomar enquanto cidadãos: uma postura de “olhar para as coisas” e de sermos meramente espectadores, ou então “agir” e ser parte activa da sociedade. Foi, no fundo, esta a motivação para escrever a “Nuvem de Fumo”: a esperança que o leitor passe a ter uma atitude participativa na vida cívica.


O poder político local

Para o autor, as histórias e temas presentes no livro são-lhe caros, talvez, diz Silva Garcia, por ter “participado na actividade política” onde exerceu a função de vereador da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, que não chegou a completar, pois, segundo este, “não era o instrumento mais adequado para agir”.

No início do livro, o autor faz uma abordagem do mundo, onde está, inevitavelmente, presente a crise: “a crise não só económica e social, mas sim e principalmente, a crise de valores.”


Neste livro estão presentes muitas e duras críticas ao poder político local, no qual temas como a corrupção, a manipulação, o uso abusivo do poder, o autoritarismo, o cinismo, a incompetência, o tráfico de influências e a falta de, muitas vezes, uma imprensa livre e descomprometida estão presentes.


O escritor e arquitecto Silva Garcia. Foto: Sara Vieira.


As personagens
Silva Garcia pede para que não se caia no erro de achar que as personagens descritas no livro correspondem a pessoas reais. Para o autor, as suas personagens são facilmente identificáveis com muitos dos autarcas e pessoas do poder que conhecemos hoje em dia.



No fundo, as muitas personagens caracterizam as mais diversas figuras relacionadas com o poder, e o autor até procurou que os nomes dessem a “cara com a careta”, como é o caso do Presidente Ralha ou ainda do motorista Constantino Calado.


Género Literário

O autor confessa aos presentes que não esteve à procura de um género literário muito definido, e que escreveu o livro não em função dessa tal classificação, mas sim contando histórias e falando de temas que lhe são caros. Para Silva Garcia é “um quase romance”, pois, no meio de todos estes temas controversos surge uma história de amor.

Um “livro de ideias”
Para o autor, este livro é, no fundo, um “livro de ideias” que visa provocar no leitor uma reflexão sobre o exercício do poder local democrático.

O final da história fica em aberto: cabe a cada um de nós dar continuidade a esta história. Silva Garcia confessa que “a solução para o livro, é, no fundo, a solução para a vida.” O autor espera assim, que o leitor passe a ter uma atitude cívica participativa e este é, portanto, o final pretendido com este livro.

14/11/2009

Sara Vieira








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