domingo, 25 de outubro de 2009

NUVEM DE FUMO . extracto I




(…)

Não foi preciso um mês, muito menos dos que chegavam ao fim, para que Hilário Manso intuísse a oportunidade e convencesse o presidente a convidar o substituto de Rui para dirigir o pelouro da Cultura, que antes guardara para si próprio. O substituto inebriou-se com o sorriso do poder e a palmadinha nas costas, justificou no partido que assim teriam maior êxito junto da população, quiçá podendo vir a ganhar eleições no futuro próximo. Baldrocas e a direcção do partido concordaram vislumbrando os amanhãs que cantam, sem dar importância a uma conclusão muito mais pertinente: se o lugar no poder implicava também o afrouxar a já frouxa crítica, e, mais do que isso, o passar ao elogio do grande timoneiro, deixaria de haver projecto alternativo. E se eles próprios elogiariam Ralha, porque haveria o cidadão comum preferir as imitações?
Ninguém desconhecia quem o disse, mas cada vez lhe parecia mais evidente que quando a honra deixa de ser um valor na vida em sociedade, a vergonha não pesa nada.
(...)

in NUVEM DE FUMO, cap. 8




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