sábado, 31 de outubro de 2009

JORNALISMO, QUE JORNALISMO

(…)

Na maior parte das vezes, a Gazeta de Algures apenas transcrevia e transmitia acriticamente o que dizia Ralha e os seus colaboradores. Os seus jornalistas raramente faziam uso do arquivo e da memória para evidenciar as contradições da maioria e escreviam os seus artigos como se não houvesse Passado. Concediam mais tempo de antena e mais páginas de jornal à maioria que a todos os partidos da oposição juntos. Raramente falava da substância das propostas e das reclamações da oposição, noticiando e dando ênfase apenas às reacções da maioria. Muitas vezes deturpava os factos ou omitia o outro lado das coisas, encerrando o público em raciocínios infundados e enganadores. E, para manter a ideia de dinâmicas que, na verdade, não passavam de ilusões, repetia notícias como se fossem sempre novas.
Uma tal atitude da comunicação social não tinha qualquer base ideológica. Era antes a expressão de uma subserviência funcional, a consequência da dependência financeira que se alimentava de uma relação politicamente correcta com o poder, fosse qual fosse!
Tudo isso era possível com cidadãos distraídos por circo e pão como no tempo de César. E era possível porque, ao contrário do seu anterior papel libertador, a envolvência mediática era cúmplice desse comportamento, quando não o seu mais eficaz instrumento.
(...)

in NUVEM DE FUMO

 
 
 
RECEBA UM EXEMPLAR AUTOGRAFADO

Faça a sua encomenda por e-mail para nuvem.de.fumo@gmail.com (preço de capa 15,00 €)












Sem comentários:

Enviar um comentário